No final do mês de abril, a série Las Chicas del Cable passou a integrar o catálogo da Netflix. Sem fazer muito barulho, a produção chegou e mal se falou sobre o assunto – infelizmente.
Motivada por comentários positivos que apontavam Las Chicas como uma potencial série feminista, no começo desse mês decidi assistir aos episódios disponíveis na Netflix. Ao término, a decisão: precisamos falar sobre Las Chicas Del Cable.
Ambientada na Madrid dos anos 20, a produção narra o encontro de quatro telefonistas que começam a trabalhar na mesma empresa e acabam se tornando grandes amigas. Cada uma das jovens enfrenta uma luta particular e, ao mesmo tempo, luta por liberdade e independência em uma sociedade machista e patriarcal. Ao desenrolar da trama, vamos criando empatia pela história das moças. Com um mínimo de reflexão, fica claro que essa empatia é muito natural, já que mesmo após praticamente um século desde a época em que a série se passa, algumas situações de machismo perduram.
Em muitos momentos a série nos dá choques de realidade. Às mais sensíveis, é possível prever até mesmo um marejar de olhos. Um momento em que as lágrimas são quase inevitáveis é quando a personagem Angeles é obrigada a continuar casada, mesmo após ter sofrido agressão física (e um abordo espontâneo como consequência) por parte de seu marido. Isso porque, na época, as mulheres não tinham respaldos legais para se divorciar, nem mesmo em uma situação dessas.
As cenas fortes não se limitam a esse caso. Ele é apenas um exemplo do machismo escancarado a que éramos e somos submetidas por séculos. No entanto, nem só de reflexões negativas a série é feita. Enquanto em grande parte das produções as personagens femininas são rasas, em Las Chicas, as personagens e os diálogos entre elas são extremamente bem construídas (os).
Em Las Chicas del Cable, somos surpreendidas por mulheres fortes. Em muitos momentos a protagonista Alma (ou Ligia) dá respostas inesperadas, usando de um tom e uma força com que não estamos habituados na TV e no cinema. Isso sem falar da constantemente presente sororidade. O desenrolar dos acontecimentos e a forma como as quatro lidam com eles deixa um claro e simples exemplo do que essa palavrinha representa. Mais do que uma lenda feminista, sororidade é irmandade, é estar presente e fazer o possível para ajudar quando a outra precisa.
Las Chicas del Cable é uma referência do que é a essência do feminismo: luta, força, resistência, cabeça erguida, trabalho, amor e empatia. A série é a representação do que a união feminina pode ser capaz de fazer. Além disso, hoje, sempre que alguém me disser que as mulheres não devem nada ao feminismo, responderei que, ao movimento, talvez não, mas a mulheres como as que compõe esse quarteto, pode apostar que sim!
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