Em setembro deste ano, o musical “Charlie e a Fantástica Fábrica de Chocolate“, pôde finalmente voltar com a uma nova temporada. Afinal, a pandemia infelizmente fez com que o espetáculo precisasse interromper suas atividades, assim como muitos outros setores. Contudo, agora é motivo de celebrar o retorno gradativo da cultura em São Paulo e principalmente, o público que neste momento pode prestigiar esse musical encantador.

Em sua terceira incursão no Brasil, o diretor canadense John Stefaniuk traz a história emocionante de Charlie Bucket, um garoto pobre que acha um dos cobiçados bilhetes dourados que lhe dá o direito a visitar a misteriosa fábrica do chocolateiro Willy Wonka. Sendo assim, é com essa premissa que iremos embarcar em uma das histórias mais conhecidas no mundo inteiro. Pois, de fato todos nós certamente conhecemos esse enredo muito devido às adaptações cinematográficas que ganharam milhares de fãs.

Portanto, para entendermos melhor essa nova fase do teatro na vida principalmente dos profissionais (atores), conversamos com dois grandes nomes do teatro musical Sara Sarres e Rodrigo Miallaret. Aliás, eles compartilharam conosco detalhes sobre seus personagens em “Charlie e a Fantástica Fábrica de Chocolate“. Falaram sobre a carreira e como estão lidando com essa nova fase no teatro musical.

PARADA POP ENTREVISTA: Sara Sarres e Rodrigo Miallaret, grandes nomes do teatro musical agora em “Charlie e a Fantástica Fábrica de Chocolate“

PP: Depois de tanto tempo longe dos palcos, como foi pra você o reencontro com o público?

Rodrigo: Inexplicável. Para nós, artistas, quando nos foi tirado o palco, foi como se um pedaço muito importante do nosso corpo tivesse sido retirado também. Fazia muitos anos que eu não ficava tanto tempo sem pisar nesse lugar sagrado, foi muito difícil. Ficar sem a Arte é quase impossível. Por isso, essa volta aos palcos é mágica. Parece que a vontade de encontrar o público ficou acumulada e agora foi liberada, e com isso, a alegria e a vontade foram multiplicadas. Está sendo maravilhoso.

PP: Com a chegada de novos protocolos de segurança, como tem sido pra você esse processo de ensaio e prática com seus colegas de elenco e produção?

Sara: Me sinto como se estivesse no meu primeiro musical. Agora tudo é novidade. Nunca vivemos nada assim, uma retomada mundial. A felicidade a cada novo passo conquistado tem um sabor sem igual. Nos sentimos como campeões olímpicos.

PP: Poderia compartilhar um pouco sobre seu personagem e a relação com os atores que interpretam o menino Charlie Bucket?

Rodrigo: O Vovô Joe é um grande presente para esse retorno ao teatro. Ele tem uma relação muito carinhosa com todos os Charlies. Apesar de eles terem ganho o bilhete dourado, eu acho que esse avô é o mais feliz com isso tudo. Ele sempre desejou que seu neto Charlie, tivesse a felicidade, a fartura que ele não teve. Quando são agraciados com o bilhete dourado, é uma redenção para ele, pois poderá ver seu neto feliz e realizado. Isso não tem preço. O fato de termos três atores interpretando o Charlie, faz com que o espetáculo fique sempre vivo, pois cada um deles tem sua forma de atuar. Ou seja, não dá para “entrar no automático”, com cada um deles tendo sua forma, sua respiração, sua interpretação. Isso é muito vivo e maravilhoso para o resultado.

PP: Sara, depois de uma trajetória incrível com personagens memoráveis, teve algo que foi desafiador para você com a sua personagem, Sra. Bucket?

Sara: Senti um pouco de dificuldade de reencontrá-la pós pandemia. Me sentia muito transformada e a enxergava com outras dores, então tive muita vontade de repaginá-la. Mas é exatamente a doçura e leveza dessa mulher, que perdeu o pai do seu filho ainda jovem, trabalha em jornada tripla para sustentar a família e cuidar de todos com tanto empenho, que endossa a amorosidade na criação de Charlie, um menino tão especial.

PP: A história de Charlie é conhecida mundialmente e sempre conquista novos corações com o passar dos anos. Ainda assim, é possível se surpreender com a experiência do musical?

Rodrigo: Acho que sim. Sempre é um tema que temos que abordar, sobre colhermos aquilo que plantamos. Seus atos, sempre geram consequências, e elas virão, mais cedo ou mais tarde. Temos um público composto por pessoas que conhecem os clássicos filmes dessa trama, mas também temos aquelas pessoas que nunca assistiram, então sempre será uma novidade. Além disso, o formato teatral, nos dá uma nova interpretação da história. Estamos ali, ao vivo. E essa troca com a plateia é sensacional.

PP: Sabemos que, pra você, a voz é algo de extrema importância, de fato, um instrumento de trabalho. Como foi a decisão de começar a cursar Fonoaudiologia?

Sara: Sempre fui apaixonada pela voz humana. Comecei pela música, desenvolvendo minhas próprias habilidades musicais e vocais, e fui evoluindo o interesse pela técnica vocal, pedagogia vocal, ciência da voz, treinamento, condicionamento, até encontrar a avaliação, reabilitação e terapia na fonoaudiologia. Costumo brincar que se tivesse 20 anos de idade começaria agora medicina para virar otorrinolaringologista e foniatra. Quem sabe em outra vida! Rs 😉

PP: Qual convite você faz para as pessoas que, aos poucos, estão retornando ao teatro e que agora desejam assistir o musical?

Sara: A Arte cura. Teatro é seguro. Cultura é essencial.

Uau! Depois desse bate-papo incrível, tenho certeza que você terá ainda mais vontade de assistir pessoalmente o musical. Afinal, Sara Sarres é uma grande estrela e comemora 20 anos de carreira, além de explorar novas vertentes profissionais. Já Rodrido Miallaret, sempre participou de grandes musicais, além de marcantes dublagens, agora o artista multifacetado vive o carismático Vovô Joe na produção que reabre o Teatro Renault.

E pra você se informar sobre todos os detalhes do musical, confira aqui. Para mais conteúdos especiais como este e outras entrevistas, fique de olho no Parada Pop.

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Alinne Torre

Formada em Comunicação Visual e em Jornalismo. Adora transmitir informação e entretenimento para o público jovem.

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