O Lollapalooza 2020 está chegando e Fresno se apresentará no último dia de festival, dia 5 de abril. A banda, com mais de 20 anos de carreira, tem marcado gerações com suas belas composições. Certamente será um dos shows nacionais mais aguardados da edição.

Conversamos com Lucas Silveira, o vocalista, para saber mais sobre a expectativa para tocar no festival e novidades da atual fase de carreira deles. Confira!

O cenário musical brasileiro vem mudando bastante durante toda a trajetória de vocês. Como vocês se adaptaram musicalmente a essas mudanças?

Cara, eu acho que a gente vai aprendendo, assim como qualquer pessoa, no mercado ou não. Não só como músico, mas como ouvinte de música. Vamos vendo o que vai acontecendo. O que mais mudou para quem faz música é justamente o consumo do ouvinte assim. Antes tinha que convencer com um single comprar um álbum, e hoje não da para convencer. Se ela gostar daquilo ela vai clicar naquilo. E vai ouvir uma quantidade de vezes que vai ser quase uma compra de álbum. E que ela compartilhe e conforme aquilo…. hoje é tudo social. Outra coisa, hoje é muito mais fácil ouvir música e tem muitos lançamentos. O que limita o tempo que temos pra ouvir musica. Eu por exemplo não consigo ouvir todas as musicas que queria ouvir. E por não ter tempo acabo não ouvindo. Ai como posso fazer parte das poucas bandas que entram nesse pouco espaço de tempo do ouvinte aí entra o pré lançamento, os teasers, colocar as pessoas no clima de que vai sair alguma coisa. Hoje em dia quando eu produto, tem que viver as coisas muito rápido. Quando você não gosta de uma musica e só mudar e colocar para a próxima. Então tem que ser mais direto. Isso fez com que a gente voltasse a fazer música de dois minutos, como os Beatles nos anos 60. O que fez com que as pessoas até mesmo melhorassem a sua forma de expressar ideias. Sou atento a tudo isso, principalmente ao o que esta rolando no pop. Sempre me dá várias sacadas.

Falar sobre sentimentos com tanta verdade é algo sempre atual e que gera conexão com o ouvinte.  Em “Sua Alegria Foi Cancelada”, por exemplo, esses sentimentos são bem expressivos.  Como vocês trabalham a emoção nas músicas? Como é o processo de composição?

O processo criativo é bem caótico, a gente é uma banda de canções. Então elas surgem normalmente da minha cabeça, ai eu tenho uma ideia de canção. Só varias ideias e vou só registrando, aí a gente enquanto banda vai tentando transformar em uma música completa.  Tem muitas músicas que surgem a partir de rifs de guitarra, nos pouquíssimos tempos que temos durante a passagem de som. Às vezes ficamos ali, eu e o baterista, testando novos sons e vou montando de uma maneira que comece a surgir uma demo. Como já fizemos muitos discos, sabemos o que precisamos para compor. O processo de “Sua Alegria Foi Cancelada” eram músicas que a gente já tinha há bastante tempo, então eu ficava perguntando para os meus amigos o que eles achavam das músicas. E todo dia eu dava uma mexida nas músicas, o que fez com que o álbum se tornasse algo bem coeso, porque fizemos ele sem pressa.

Em 20 anos de carreira, vocês lançaram muitos grandes sucessos que marcaram a vida de muitas pessoas. Mas e para vocês, quais foram os lançamentos mais marcantes e por quê?

Eu acho que, sem dúvida, o disco que nos deu uma projeção nacional foi “Ciano”, o nosso terceiro álbum. Esse disco nos fez ter números que chamaram atenção de gravadoras grandes, que resultou na gente tocar bastante na MTV, assinar com a Universal e assim lançar “Redenção”, que nos fez tocar em rádio e tal.  Foi “Ciano” que fez isso acontecer. E aí depois desse ciclo com a gravadora teve o primeiro disco que eu produzi. E foi muito bom porque eu nem achava que seria capaz de conseguir, foi algo bem marcante.

E quais são as músicas você mais gosta de tocar ao vivo?

Atualmente estou gostando muito de abrir o show com a música “O Arrocha Mais Triste do Mundo”, a gente toca ela em duas versões diferentes. A gente olha ali pela cortina e toca a versão original do disco que é bem pra baixo, bem triste. Mas quando é festival ou algo grande, a gente toca ela mais animada, quase em reggaeton. É uma música que gosto muito de cantar atualmente.

Bom e falando em ao vivo, vocês irão se apresentar novamente no Lollapalooza e estamos muito animados! Para um festival, como vocês costumam escolher as músicas da setlist? O que podemos esperar na setlist do lolla?

Puts, festival a gente não tem como prever. Quando é show nosso e vendeu 1000 ingressos, a gente sabe que são fãs nossos. Já no festival, também tem que ter um apelo para quem está passando ali por perto. Então é um calculo que só saberemos se deu certo depois que acabar o show. Claro que temos músicas importantes da nossa história que merecem estar no show do Lolla. Mas ao mesmo tempo tem coisas novas que mostram pra onde estamos apontando e o que somos hoje. Acho que o convite para tocar no Lolla é um fruto do álbum que lançamos ano passado. É importante mostrarmos quem somos hoje.

Está animado para cruzar com algum artista que você admira nos bastidores do festival?

Puts tem vários! Gosto muito de The Strokes. Gostei muito das novas músicas deles. Mas, principalmente, quero prestigiar os nossos amigos que também estarão lá. Vai ter menores atos, uma banda que gosto muito. O próprio Emicida, Rashid, tudo parceiro musical nosso que. Quero prestigiar todo mundo

Você é produtor também, né. Se pudesse produzir o álbum de algum artista que se apresentará no Lollapalooza, quem seria e por quê?

Nossa, tem vários. Mas queria muito produzir um álbum da Lana Del Rei, não seria nada mal, né? Acho ela muito boa!

E ainda falando em show, qual foi o maior perrengue que vocês já passaram para chegar a um show?

Tivemos muitos! Desde avião que não decola porque está com problema a show que eu cheguei faltando 5min para começar por causa de transporte, de equipamento, faltar luz… Cara, estar na estrada é não ter controle de nada. Sempre falo isso para as bandas que tem muita expectativa de tal show. È total acaso. Você vai se preparando para o que possa acontecer, mas saiba que a lei de Murphy no show é muito forte. Assim, você tem que estar hiper mega preparado.

Para finalizar, você poderia deixar uma mensagem para os leitores do Parada Pop?

É isso, quem não ouviu “Sua Alegria Foi Cancelada”, vai lá e ouve. Tem os remixes que acabaram de sair também. Tem coisa pra sair esse ano que a galera nem sonha e principalmente que confira o nosso show no Lollapalooza de coração aberto.

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Alinne Torre

Formada em Comunicação Visual e em Jornalismo. Adora transmitir informação e entretenimento para o público jovem.

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